O número de empresas de alto crescimento, aquelas que ampliam significativamente sua base de funcionários a cada ano, ficou em 20.306 unidades, em 2017, o menor patamar da série histórica, iniciada em 2008. O dado faz parte da pesquisa Demografia das Empresas e Empreendedorismo, divulgada nesta quinta-feira (17), pelo IBGE, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
O levantamento considera companhias que tinham ao menos dez funcionários no ano inicial de observação. Entre 2016 e 2017, houve uma redução dessas empresas tanto em termos absolutos quanto relativos, sendo as unidades do setor de educação as que registraram as maiores quedas.
Se levado em conta o triênio 2015/2017, o recuo no número de empresas de alto crescimento chegou a 21,3%. As maiores perdas, ainda de acordo com o estudo, foram verificadas nas seções Comércio, Reparação de Veículos e Construção.
Apesar do menor número já contabilizado, alguns setores se destacaram por manter o crescimento de forma consistente no ano analisado. Esse foi o caso do setor de saúde e de eletricidade e gás.
De acordo com a técnica da Coordenação de Cadastro e Classificações do IBGE, Denise Guichard Freire, os dados indicam que os empresários têm visto oportunidade no mercado para investir no setor de saúde, com novos laboratórios, clínicas e planos de saúde, por exemplo.
Ainda de acordo com Denise Freire, esse tipo de empresa tem puxado o saldo positivo de pessoal assalariado. As 20.306 companhias de alto crescimento, registradas em 2017, representavam 0,5% das empresas ativas e ocupavam 7,9% das pessoas assalariadas, o que significa 2,5 milhões de profissionais.
O levantamento mostra que o pico de empresas de alto crescimento ocorreu em 2012, com um total de 35,2 mil. Já a maior queda foi registrada em 2015, quando foram 17,4% empresas a menos na comparação com o ano anterior.
O estudo apontou também uma tendência de queda nas empresas de alto crescimento que possuem entre três e cinco anos de existência. Em 2017, eram 2.422 empresas nessa categoria, 11,1% a menos que em 2016.