O preço salgado da carne foi o grande responsável pelo aumento da inflação em 2019.
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA, medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) fechou o ano em 4,31%, o maior desde 2016 e acima da meta estipulada pelo governo, que era de 4,25%.
Sem o aumento expressivo da carne, o IPCA teria ficado em 3,54%, abaixo dos 3,75% medidos em 2018.
Somente em dezembro, as carnes subiram mais de 18% e também foram as grandes responsáveis pelo IPCA mensal de 1,15%, o maior para este mês em 17 anos.
Já no acumulado de 2019 as carnes ficaram 32,40% mais caras, explica o pesquisador do IBGE Pedro Kislanov. Esse aumento das carnes também impacta outros componentes do IPCA.
Junto com o feijão carioca e o tomate, que tiveram altas de mais de 20% no mês, a carne fez com que o grupo alimentação e bebidas registrasse alta de 3,38% em dezembro, também o maior resultado desde 2002.
Já no acumulado do ano, os preços dos itens desse grupo subiram 6,37% ou seja 2,33 ponto percentual a mais do que em 2018.
Como esses itens concentram grande parte dos gastos das famílias, este também foi o grupo com maior impacto sobre o índice geral.
Em seguida vieram os transportes, que subiram 3,57%, principalmente por causa das tarifas de ônibus urbano que ficaram 6,64% mais caras e da gasolina, com aumento de mais de 4%.
Já a categoria de saúde e cuidados pessoais subiu quase 5,5% puxada, principalmente, pelo reajuste nos planos de saúde que foi superior a 8%.