Estima-se que cerca de 70% das lojas e comércios de Montevidéu estiveram de portas fechadas desde o dia 16 de março, quando começaram as restrições para conter o avanço do novo coronavírus. Nesta segunda-feira (04), após sete semanas, a capital do Uruguai iniciou o processo de retorno às atividades nas grandes lojas varejistas, principalmente de roupas e calçados.
A previsão é que 85% do comércio volte a funcionar. Trabalhadores da construção civil e de algumas instituições públicas também voltarão ao trabalho. O Uruguai teve os quatro primeiros casos de contaminação pela Covid-19 confirmados no dia 13 de março. Até o momento são 665 casos confirmados, sendo que 442 já se recuperaram e 196 ainda apresentam sintomas da doença. Dezessete pessoas morreram. O Uruguai realizou cerca de 22 mil testes até agora.
A reabertura das lojas começará com horários reduzidos, das 10h às seis 18h. Não há um protocolo único de medidas de higiene para todos os estabelecimentos, mas o governo afirma que as empresas devem respeitar as normas do Ministério de Saúde Pública. Entre a série de medidas anunciadas, está a obrigatoriedade do uso de máscaras, desde o dia 24 de abril, para os trabalhadores e clientes de comércios de alimentos.
No dia 27 de abril a medida se tornou obrigatória também para locais de serviços financeiros e pagamentos, como as lotéricas. Nas redes sociais, pede-se às empresas e clientes que cumpram com as recomendações, como permitir a entrada de, no máximo, 10 pessoas em cada estabelecimento e que mantenham pelo menos 1,5 metro de distância das outras pessoas, além do uso de máscaras e de álcool em gel para higiene das mãos.
Na última sexta-feira (01), Dia Internacional do Trabalho, o ministro do Trabalho uruguaio, Pablo Mieres, afirmou que o governo está trabalhando firmemente em um processo de reativação responsável, cumprindo e exigindo todas as medidas necessárias para proteger a saúde dos trabalhadores porque, segundo ele, a saída desta crise aguda depende de um processo de reativação produtiva e trabalhista o mais rápido e responsável possível.
A taxa de desemprego no Uruguai, que vinha crescendo desde 2015, atingiu 10,5% em fevereiro deste ano, afetando cerca de 190 mil uruguaios, a taxa mais alta desde 2007. Entre março e abril deste ano, mais de 170 mil pedidos de seguro-desemprego foram registrados. O país tem 400 mil trabalhadores sem nenhum tipo de registro formal ou contribuições para a previdência social.