Estimativa para colheita de grãos em 2020 é reduzida em 0,5%, mas se mantém recorde
A estimativa de maio para a safra agrícola nacional sofreu uma redução de 0,5% frente ao mês anterior, mas se mantém em patamar recorde. O país deve colher 245,9 milhões de toneladas até o fim do ano, o que representa uma alta de 1,8% em relação a 2019. Os dados constam no Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, divulgado nesta terça-feira (9), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A redução em relação a abril, segundo o gerente do Levantamento, Carlos Antônio Barradas, é resultado da estiagem no sul do país.
"A queda se deve aos problemas climáticos enfrentados pelo estado do Rio Grande do Sul, que teve uma seca prolongada".
O arroz, milho e soja - os três principais produtos do grupo - respondem por 92,2% da estimativa de produção, mas, ainda segundo Carlos Antônio Barradas, o dólar alto incentiva outras produções, como o trigo.
"Para o trigo, é esperada uma produção de 6,9 milhões de toneladas - um aumento de 31,4% em relação ao ano anterior. Esse aumento é em função principalmente dos preços dos produtos, que estão bastante elevados, pois o preço do trigo varia em função do dólar".
O levantamento prevê que a soja deve superar o recorde atingido em 2018, com safra de cerca de 119 milhões de toneladas. O montante representa um aumento de 5,2% em relação a de 2019, mas uma retração de 1,4% no volume esperado na estimativa de abril.
Entre as regiões, o Centro-Oeste lidera como maior produtor nacional de grãos com 47,2% de participação, devendo colher 116 milhões de toneladas em 2020, seguido pelo Sul.
Já em relação aos estados, as maiores participações são do Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás, de Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. Somados, eles representaram 80,2% do total nacional.