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Economia

TCU quer reanálise de cadastros do auxílio emergencial

Levantamento técnico do tribunal aponta 66,9 milhões de beneficiários
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Renata Martins
26/08/2020 - 21:00
Brasília

Tribunal de Contas da União determinou que governo federal reanalise cadastros do auxílio emergencial para confirmar se beneficiário ainda se enquadra nos critérios para continuar no programa. O relatório da terceira rodada de acompanhamento do auxílio emergencial pelo Tribunal de Contas da União foi apresentado pelo ministro Bruno Dantas e aprovado nesta quarta-feira (26) em sessão virtual do TCU.

O levantamento dos técnicos do tribunal aponta que 66 milhões e 900 mil pessoas foram beneficiadas pelo auxílio. Segundo o TCU, até o final do mês de julho foram repassados R$167,610 bilhões para o programa.

Com alto custo e a possibilidade de extensão do auxílio, o Tribunal de Contas quer que o Ministério da Cidadania reprocesse os dados para excluir quem não precisa mais do benefício. Para o relator, ministro Bruno Dantas, é importante que o governo verifique se as pessoas, que em março de 2020 preenchiam os requisitos para receber o auxílio, seis meses depois ainda permanecem nas mesmas condições de vulnerabilidade.

O ministro destaca ainda ter consciência que esse reprocessamento não é simples e vai gerar custos, mas justifica a ação. Apesar do grande número de beneficiários, o TCU identificou que três milhões e 300 mil pessoas em situação de vulnerabilidade e com direito a receber o auxílio não conseguiram ter acesso ao benefício. Enquanto isso, teve gente que recebeu de forma fraudulenta.

Segundo o relator, a estimativa é que cerca de R$42 bilhões foram pagos indevidamente. Um milhão e 310 mil pessoas já foram excluídas do programa. O ministro Walton Alencar considera que o auxílio emergencial é o programa com o maior número de fraudes.

O Tribunal de Contas também expressou preocupação com o endividamento do governo brasileiro para financiar as medidas de combate a crise. Por isso, recomendou que o Ministério da economia elabore um documento como o impacto dos juros decorrentes das despesas extraordinárias.

Até o fechamento desta reportagem o Ministério da Cidadania não se pronunciou sobre o relatório do TCU.

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