Pesquisa traça perfil de "invisíveis" do auxílio emergencial
O dinheiro do auxílio emergencial que Lucinéia da Silva recebe desde maio está ajudando muito nas despesas das cinco pessoas da família. Essa grana auxilia na compra de itens como comida e até remédios. Mas a cabeça de Lucinéia dói quando lembra do fim dos pagamentos em dezembro.
Já a partir de janeiro, Lucinéia e outros 38 milhões de brasileiros podem ficar sem ajuda do governo. É porque eles não estão inscritos no Cadastro Único do governo federal. E esse é pré-requisito atual para receber o Bolsa Família.
Essa é a previsão é de um relatório da Fundação Getúlio Vargas. Os pesquisadores analisaram dados sobre trabalhadores que receberam a ajuda do governo, que constam na PNAD Covid-19, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, realizada pelo IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Além de concluir que milhões de pessoas poderão ficar desamparadas com o fim do auxílio, esse relatório também traçou um perfil dos beneficiários, como explica o coordenador de microfinanças da FGV, Luiz Gonzalez.
Mulheres como Lucinéia foram as que mais aumentaram a renda com o auxílio emergencial. Esse índice de crescimento chega a 52%. No caso dela, antes do auxílio, a renda fazendo bicos era de R$ 1.094 por mês, e depois pulou para R$ 1,7 mil.
Já para os homens, o aumento de ganhos foi de 37%, comparado ao que conseguiam antes da pandemia.