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Economia

Rendimento dos 10% mais ricos é o triplo dos 40% mais pobres no Brasil

Pesquisa do IBGE mostra destribuição desigual de riquezas no país
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Lígia Souto
25/11/2020 - 16:04
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro - Moradores do Complexo da Maré vivem expectativa de mudanças sociais. Conjunto de barracos à beira de um canal conhecido como favelinha da Mc Laren (Fernando Frazão/Agência Brasil)
© Fernando Frazão/Agência Brasil

 

A distribuição desigual da riqueza no Brasil foi confirmada pela Pesquisa de Orçamentos Familiares, divulgada nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

O levantamento indica que o rendimento médio mensal dos 10% mais ricos da população equivale a três vezes o ganho obtido pelos 40% mais pobres, como explica o analista da pesquisa, Leonardo Oliveira.

Os dados revelam, também, que a Renda Disponível Familiar Per Capita média no Brasil ficou em cerca de R$ 1.650, sendo que 23% desse total correspondem a renda não monetária, ou seja, a valores de bens e serviços prestados pelo governo, instituições e outras famílias, sem que haja desembolso. O analista da pesquisa destaca a importância da renda não monetária, especialmente para as famílias dos primeiros décimos de rendimento, ou seja, as mais pobres. 

Já a despesa total per capita das famílias brasileiras, ainda segundo o estudo, ficou em torno dos R$ 1.667. Desse total, habitação foi responsável pela maior parcela, seguida dos gastos com transportes e alimentação. Juntos, os grupos responderam por 55% do total das despesas de consumo.

O detalhamento da pesquisa, aponta que a maior parte da população abaixo da linha da pobreza, 77,8%,  está concentrada em famílias cuja pessoa de referência se declarou preta ou parda.

O gasto médio por pessoa com moradia ultrapassou os R$ 264, sendo R$ 249 na área urbana e R$ 15,34 na área rural. 

Os indicadores subjetivos, que avaliam os aspectos de risco dos domicílios, indicam que problemas ambientais causados pelo trânsito ou indústria foram relatados por 25,3% das pessoas pesquisadas, sendo que 23,3% estão no setor urbano. A região mais afetada por questões como fumaça, mau cheiro e barulho é o Sudeste, seguido pelo Nordeste.

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