Pix já movimentou R$ 83 bilhões em 92 milhões de transferências
Em um mês, os brasileiros movimentaram quase R$ 83,5 bilhões pelo novo sistema de pagamentos instantâneos, o Pix. Dinheiro que transitou em mais de 92 milhões de operações.
Os números estão no balanço do Banco Central do primeiro mês de funcionamento do sistema.
Até agora, cerca de 46 milhões de pessoas físicas cadastraram pelo menos uma chave no Pix. O número de empresas é bem menor: 3 milhões. No total, o Banco Central tem cadastradas 116 milhões de chaves.
As chaves são uma espécie de atalho para os dados bancários da pessoa ou da empresa e pode ser o CPF ou CNPJ, o número do celular ou mesmo um e-mail.
Oito de cada 10 operações foram transferências entre pessoas físicas. O valor médio foi de R$ 496.
Já as operações entre empresas representaram apenas 3% do total, mas corresponderam a 39% do volume de dinheiro. Nesse caso, o valor médio de cada operação ficou na casa dos R$ 15 mil. Isso, a média.
O chefe do Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro do Banco Central, Angelo Duarte, diz que algumas operações passaram da casa dos R$ 100 mil, e isso mostra que as pessoas estão confiando no sistema.
Mas nem tudo foi tão tranquilo assim. A química Maíra Sampaio, de Conceição do Coité, no interior da Bahia, cadastrou duas chaves no Pix e já fez várias operações, mas teve problemas em uma delas.
Três dias depois, o banco estornou o valor descontado a mais, mas a falha deixou Maíra insegura. Ela continua vendo vantagens em usar o Pix, mas vai dar prioridade para transferências entre suas próprias contas bancárias.
Segundo o Banco Central, o número de reclamações recebidas em situações como essas ficou em torno de 1.700 – o que é considerado baixo. Já a média de operações rejeitadas ficou na casa de 2,8% do total. Abaixo da taxa de rejeição das transferências bancárias como TED ou DOC, que ficam na casa de 4 a 5% que não conseguem ser realizadas. O Banco Central não registrou nenhuma tentativa de fraude no período.
Agora, a previsão é de que as operações de pagamento no comércio via Pix comecem a crescer. As transações entre pessoas físicas e pessoas jurídicas nesse primeiro mês responderam por apenas 6% do total. Por enquanto, o Pix para pessoas jurídicas ainda é gratuito, mas a partir do ano que vem os bancos vão poder tarifar a operação. E isso tem gerado dúvidas em empresários como Mariana Souto, dona de uma loja de fantasias em Brasília.
O diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução do Banco Central, João Manuel Pinto de Melo, espera que concorrência ajude a garantir tarifas baixas.
Operações com contas do governo também devem crescer. A Receita Federal já começou a receber o pagamento de tributos via Pix, e em janeiro o sistema do FGTS, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, também deve aderir ao sistema.