O Brasil fechou 2020 com uma taxa de desocupação recorde em 20 estados. O dado faz parte da Pnad Continua Trimestral, divulgada nesta quarta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A tendência regional acompanhou a média nacional de desemprego, que subiu de 11,9% em 2019, para 13,5% no ano passado - maior patamar desde o início da série histórica da pesquisa em 2012. Os resultados, segundo o IBGE, refletem os efeitos da pandemia do novo coronavírus no mercado de trabalho.
As maiores taxas de desocupação em 2020 foram observadas na Bahia, em Alagoas, Sergipe e no Rio de Janeiro; as menores em Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná.
No intervalo de um ano, o Brasil perdeu mais de 7 milhões de postos de trabalho e, com isso, pela primeira vez, o contingente ocupado em todo o país não alcançou metade da população apta a trabalhar.
Em 15 estados, o nível de ocupação ficou abaixo dos 50%, com destaque para Alagoas, que registrou a menor taxa: 35,9%. Além disso, o Rio de Janeiro foi o único estado fora das regiões Norte e Nordeste onde o total ocupado não alcançou 50%.
De acordo com a analista do IBGE, Adriana Beringuy, a queda na ocupação foi disseminada entre todos os trabalhadores.
Os informais - sem carteira assinada, empregadores sem CNPJ e os que trabalham por conta própria - foram os primeiros a sentir os efeitos da pandemia. A informalidade no país saiu de 38,7% em 2019 para 41,1% em 2020.
Já na passagem do terceiro para o quarto trimestre do ano passado, a taxa de desemprego recuou de 14,6% para 13,9%. Entre os estados, apenas cinco registraram queda nessa base de comparação: Minas Gerias, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Maranhão e Roraima.
Ainda segundo o IBGE, no último trimestre de 2020, a taxa de desemprego foi maior entre as mulheres. Pretos e pardos também engrossaram o contingente dos mais atingidos.