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Economia

Pnad: 14,3% da população vive com dinheiro de programas sociais

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Cristiane Ribeiro - Repórter da Rádio Nacional
19/11/2021 - 11:52
Rio de Janeiro

O auxílio emergencial e o desemprego mudaram o perfil do rendimento das famílias no país de 2019 para 2020, ano marcado pelo início da pandemia de covid-19. Pesquisa divulgada nesta sexta-feira (19) pelo IBGE mostra que o número de pessoas recebendo outros rendimentos saltou de 16,4 milhões em 2019 para 30,2 milhões em 2020. Isto significa que 14,3% da população passaram a viver com dinheiro de programas sociais, seguro-desemprego e aplicações financeiras.

Enquanto isso, segundo a Pnad Contínua 2020 – Rendimento de todas as fontes, o número de pessoas com rendimento de trabalho caiu de 92,8 milhões para 84,7 milhões. Esta queda está relacionada à redução da população ocupada, em 2020. E, pela primeira vez, desde 2012, o grupo dos outros rendimentos superou o das pessoas que recebiam aposentadoria e pensão.

A pesquisa mostra que a proporção de domicílios com pessoas recebendo outros programas sociais saltou de 0,7% para 23,7%. Esta situação aumentou em todas as regiões, sobretudo no Norte e Nordeste. Para o IBGE, isto é reflexo do Auxílio Emergencial, criado pelo governo federal devido à pandemia e destinado a trabalhadores informais, microempreendedores individuais, autônomos e desempregados.

O produtor de eventos culturais, Pedro Ribeiro, de 30 anos, disse que apesar do valor baixo, o auxílio ajudou bastante.

Ainda segundo a pesquisa, de 2019 para 2020, caiu a proporção de domicílios que recebiam o Bolsa Família - de 14,3% para 7,2%. Parte dos beneficiários passou a receber o Auxílio Emergencial.

O Nordeste foi a primeira grande região do país, em toda a série da Pnad Contínua, a registrar um percentual de pessoas com rendimento de trabalho menor do que o das pessoas que recebiam rendimento de outras fontes.

O rendimento médio real de todas as fontes caiu 3,4%: passou de R$ 2.292 em 2019, para R$ 2.213 no ano passado. O destaque ficou para o rendimento de outras fontes, que caiu 15,4%, baixando ao menor valor desde 2012.

Em 2020, as pessoas que ganham em média R$ 15.800, e que representam 1% da melhor remuneração no país, recebiam 34,9 vezes o rendimento dos 50% com os menores rendimentos, de R$ 453. Em 2019, esta razão havia chegado a 40 vezes, maior valor da série.

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