O Instituto Nacional de Seguridade Social, o INSS, tem um déficit mensal de 100 mil processos. Isso porque a cada mês, dos 800 mil pedidos de aposentadorias, pensões e auxílios que chegam, o instituto só finaliza 700 mil. Por isso, a fila de trabalhadores com pedidos em atraso soma 900 mil processos.
Esses dados foram levantados pelo Instituto Brasileiro de Direitos Previdenciários, que é uma entidade sem fins lucrativos.
A aposentada Evileide Cerqueira teve que esperar quase dois anos para receber a aposentadoria que, segundo ela, deveria ter alcançado ao completar os 60 anos de idade.
Um dos casos mais comuns de atraso é de pedidos de auxílio por incapacidade temporária, conhecido como auxílio-doença. A advogada e consultora em direito previdenciário Patrícia Bonetti calcula que 7 em cada 10 pedidos atrasam por causa de inconsistências nos dados, o que pode deixar o segurado sem o benefício.
Nesses casos, antes de acionar a justiça, a advogada recomenda tentar resolver o problema de forma administrativa na ouvidoria do INSS pelo telefone 135 ou pelo endereço: falabr.cgu.gov.br
Porém, nem sempre a via administrativa é suficiente. Esse foi o caso de Gleuber Martino que luta há 8 anos para receber uma pensão por morte. Ao recorrer à Justiça, Gleuber conseguiu o direito, mas por um erro judicial, ainda não recebeu os pagamentos.
Segundo o Instituto Brasileiro de Direitos Previdenciários, a Previdência Social encerrou 2021 com cerca de 1,8 milhão de processos em análise, com cerca da metade deles em atraso se considerado o prazo de 45 dias para atendimento, fixado pelo Supremo Tribunal Federal.
Buscamos o INSS para comentar os dados e atrasos, mas não obtivemos resposta até o fechamento dessa reportagem.
* Com produção de Ariane Póvoa.
Correção: Título alterado no dia 08/02/2022, às 12h33. Diferente do informado, são 100 mil processos por mês não apenas de aposentadorias, mas incluindo outros pedidos.
