O Carnaval 2022 ainda vai ser atípico para o setor de turismo. Mesmo com a flexibilização de alguns estados, o volume de receitas previsto para o período é de R$ 6,45 bilhões, valor 33,7% inferior ao observado durante a folia de 2020, quando a pandemia ainda não havia sido decretada no país.
Os dados são de uma pesquisa realizada pela CNC, Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, divulgada nesta segunda-feira (14).
Por outro lado, em relação ao ano passado, quando as folias de carnaval foram suspensas pela primeira vez em virtude da crise sanitária provocada pela Covid-19, a movimentação financeira esperada é 21,5% maior.
O levantamento da CNC aponta que, este ano, mesmo sem as festividades, 11 das 26 capitais já confirmaram que vão manter o calendário do feriado e dos pontos facultativos. Em 2021, 20 governos estaduais optaram pelo cancelamento da folga.
O economista Fábio Bentes, responsável pela pesquisa, ressalta que a decretação de feriado, em níveis regionais, movimenta o setor de serviços.
Para se ter uma ideia, a expectativa é que o segmento de alimentação fora do domicílio, em bares e restaurantes, movimente R$ 2,78 bilhões no carnaval; seguido pelas empresas de transporte rodoviário, com R$ 1,55 bilhão e pelos serviços de hospedagem em hotéis e pousadas, com R$ 660 milhões.
Fábio Bentes, especialista da CNC, destaca outro fator por trás desse movimento atípico do Carnaval 2022: o efeito da inflação, prevista para ser a maior para o período desde a folia de 2016.
De acordo com a CNC, a demanda por serviços turísticos deve gerar 16 mil e 500 empregos temporários até o fim de fevereiro, o que corresponde a quase o dobro de 2021. No entanto, esse número é ainda 38% inferior ao registrado no último carnaval antes da pandemia, quando foram oferecidas 26 mil e 300 vagas.
