A dívida pública federal aumentou R$ 114 bilhões em fevereiro, o que representou um crescimento de 2,03% em relação a janeiro deste ano. Atualmente, a dívida pública do país está na casa dos R$ 5,7 trilhões.
Os dados foram apresentados nesta quarta-feira pelo Ministério da Economia.
O coordenador geral substituto de operações da dívida pública, Roberto Lobarinhas, destacou que o resultado de fevereiro foi influenciado pelo aumento das incertezas e da aversão ao risco no mercado financeiro.
Em fevereiro, o COPOM, conselho de política monetária do Banco Central, aumentou a taxa básica de juros, a Taxa Selic, de 9,25% para 10,75%, chegando aos dois dígitos pela primeira vez desde 2017. O aumento da Selic tende a elevar a dívida pública por causa dos juros mais altos pagos aos detentores dos papéis da dívida brasileira.
O Copom justificou a medida como necessária para controlar a inflação. Por essa lógica, ao aumentar os juros, reduz-se a demanda por bens e serviços, uma vez que se torna mais rentável investir em papéis da dívida pública do que investir no setor produtivo. Como efeito colateral, tem-se um menor crescimento econômico. O governo estima um crescimento do PIB de 1,5% para 2022, já o mercado, através do Boletim Focus, estima um crescimento de 0,5% para este ano.
Em março, pela nona vez seguida, o COPOM aumentou a taxa básica de juros em 1 ponto percentual, e prevê um novo aumento para o início de maio.