O Ipea, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, divulgou nesta sexta-feira (04), estudo com a reestimativa do potencial de trabalho remoto no país. A estimativa feita em 2020, de que a migração do trabalho presencial para o teletrabalho poderia ser adotada em 22,7% das ocupações nacionais, alcançando mais de 20 milhões de pessoas, foi revista para 16,7%.
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores estimaram o potencial de teletrabalho no Brasil, com base em metodologia aplicada à Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua, do IBGE, para o período anterior à pandemia de Covid-19. E, posteriormente, avaliaram aqueles ocupados que possuíam condições de exercer o trabalho de forma remota. Foram avaliadas as condições dos trabalhadores em ocupações passíveis de serem realizadas de forma remota como, por exemplo, se possuíam computador, acesso à internet ou mesmo energia elétrica na residência.
Na observação dos dados da PNAD Covid-19, o percentual de pessoas em trabalho remoto em maio de 2020 era de pouco mais de 13%, recuando para aproximadamente 9% em novembro do mesmo ano.
O estudo mostrou que cerca de um quinto dos trabalhadores em ocupações passíveis de serem realizadas de forma remota não possuíam meios necessários para estarem em home office: não tinham computador com acesso à internet ou mesmo energia elétrica constante em seus domicílios.
Em relação às regiões brasileiras, os pesquisadores apontam redução também no potencial de ocupação remota nos estados brasileiros e no Distrito Federal. Destaque para os estados das regiões Norte e Nordeste. Os menores percentuais foram observados nos estados do Pará e do Maranhão. Em contrapartida, São Paulo e Distrito Federal continuaram com os maiores percentuais.