A produção de cereais, leguminosas e oleaginosas em março deste ano deve alcançar o recorde de 258 milhões e 900 mil toneladas, o que significa um aumento de 2,3% sobre o total colhido no ano passado, ficando acima também dos números de 2020, quando foram produzidos no país 255 milhões e 400 mil toneladas.
A estimativa é do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, divulgado nesta quinta-feira (7) pelo IBGE. Porém, na comparação com o estimado no mês de fevereiro, houve queda de 1% na produção da safra agrícola.
O gerente de Agricultura do IBGE, Carlos Alfredo Guedes, explicou que a queda na estimativa de março em relação a fevereiro deve-se a falta de chuva em importantes regiões produtoras de soja, como os estados do sul do país.
Segundo ele, o Paraná e o Rio Grande do Sul devem produzir 41,1% e 53,5% menos soja do que a safra anterior, respectivamente. E, com essas perdas, a participação da soja no volume total de grãos deve cair para 44,9%.
Guedes lembrou que esta baixa afeta outras cadeias de produção, como a suinocultura e a avicultura, já que dependem do grão para a produção de alimento para os animais.
Para ele, as expectativas agora estão voltadas para a colheita de outros produtos, como a segunda safra do milho, que deve ser recorde, do algodão e do trigo.
Já a produção de café deve atingir 3,4 milhões de toneladas, um aumento de 14,4% em relação ao ano passado. E, na avaliação de Guedes, essa safra poderia ser maior, não fossem os problemas de clima, como geadas e períodos de altas temperaturas, que os estados produtores enfrentaram em 2021.
A área a ser colhida em 2022 deve chegar a 71 milhões e 8 mil hectares, segundo a pesquisa de março, 0,8% acima da prevista em fevereiro e 4,7% acima da registrada no ano passado.