Baixos salários, desemprego, falta de estabilidade e de oportunidades no mercado formal, têm levado muitos brasileiros a migrar para o trabalho autônomo.
Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua mostram que só em janeiro deste ano, trabalhadores por conta própria somaram mais de 25 milhões de pessoas.
Mas, junto com o sonho de empreender, surge uma outra realidade: a taxa média anual de informalidade atingiu 38 milhões de brasileiros, só no ano passado; e os trabalhadores por conta própria somaram quase metade desse contingente.
O pesquisador do Ipea, Sandro Sachet, ressalta que muitos deles estão no setor de serviços.
Rafael Simões trabalha há 25 anos como entregador e conta que enfrenta muitos desafios. O sonho de empreender e conquistar uma vida melhor esbarrou na dificuldade financeira de manter um negócio por conta própria.
Já o comediante Rafael da Mata divide o tempo entre o trabalho de ator e o de motorista, o que ajuda a pagar as contas. Trabalho no entanto que, segundo ele, foi duramente atingido pela pandemia de Covid-19.
Para o professor aposentado da Universidade de Brasília, Roberto Piscitelli, especialista em Finanças Pública, a Reforma da Previdência também tem contribuído para o aumento de profissionais autônomos, muitos ilegais, o que aumenta a insegurança com o futuro.
Ainda segundo dados da Pnad Contínua, a taxa de desemprego no País ficou em 8,4% no trimestre encerrado em janeiro deste ano, mostrando estabilidade em comparação com o período de agosto a outubro do ano passado, quando ficou em 8,3%.
Por outro lado, o contingente de pessoas ocupadas foi de pouco mais de 9 milhões, registrando uma queda de um milhão de pessoas no período avaliado.