Desigualdade de renda aumenta nas metrópoles brasileiras em 2022
O aumento da desigualdade de renda nas metrópoles brasileiras marcou o ano de 2022. No início do ano passado, os mais ricos ganhavam, em média, 30 vezes o salário dos mais pobres, e essa diferença só aumentou. No fim do ano, chegou a um valor 31 vezes maior.
É o que aponta a 12ª edição do ‘Boletim Desigualdades nas Metrópoles’, produzido em parceria pelo PUC-RS Data Social, o Observatório das Metrópoles e a Rede de Observatórios da Dívida Social na América Latina.
De acordo com o levantamento, a distância salarial entre os diferentes grupos sociais aumentou ao longo de 2022 e, apesar da recuperação da renda do trabalho das famílias brasileiras, houve uma piora da desigualdade.
Para ilustrar melhor, dados do IBGE analisados pelos pesquisadores apontam que a média de renda domiciliar por pessoa dos 40% mais pobres variou de 226 para 253 reais em um ano.
Entre o segmento intermediário, passou de 1.363 para 1.530 reais.
Já entre os 10% mais ricos, o rendimento saiu de 6.913 e chegou a 7.933 reais, também em um ano.
Um dos coordenadores do estudo, o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Marcelo Ribeiro explica por que mesmo após quedas expressivas de renda, no auge da pandemia, entre 2020 e 2021. Em 2022 o aumento observado é diferente entre os mais ricos e os mais pobres.
O pesquisador do Observatório das Metrópoles aponta também aspectos estruturais que explicam a dificuldade dos mais pobres de ampliar o nível de renda.
O boletim mostrou ainda que, embora cada metrópole apresente comportamentos diferentes, na maior parte delas se verificou o mesmo comportamento de crescimento das desigualdades. O patamar observado pelo estudo coloca o Brasil entre os países mais desiguais do mundo em termos de renda.