Profissionais que sabem matemática podem ganhar até 119% mais do que aqueles que não dominam essa área do conhecimento. A renda média mensal ficou em torno de R$ 3.500 no terceiro trimestre de 2023, mais que o dobro do valor das demais categorias, que alcançou apenas R$ 1.607 no período analisado.
Entre 2012 e 2023, os rendimentos dos trabalhadores da área de Exatas corresponderam a cerca de 4,5% do PIB brasileiro.
Os dados fazem parte do estudo "Contribuição da Matemática para a economia brasileira”, realizado pelo Itaú Social e divulgado nesta segunda-feira (19).
De acordo com a gerente de Avaliação e Prospecção do Itaú Social, Fernanda Seidel, o levantamento mostra a importância da matemática para a econômica. A pesquisa também é realizada por outros países, como a França. De modo geral, mostra que o percentual de trabalhadores ligados à Matemática no Brasil - 7,4% - é mais baixo em relação aos países europeus, que é de 10%.
“Esses países entendem que esse tipo trabalho está relacionado ao maior desenvolvimento econômico. E quando a gente olha o Brasil, a gente vê que o Brasil não faz esse tipo de acompanhamento, como esses países, a nível de mercado de trabalho. O nosso aprendizado em matemática é muito baixo, quando a gente olha, tanto a comparação internacional pelo Pisa, quanto o SAEB, que é a nossa nacional. Tem muita desigualdade”, aponta.
Para Fernanda, o estudo é um indicador das potencialidades oferecidas pela disciplina, sendo necessário mais investimentos do poder público, do setor produtivo e da sociedade.
“O Brasil perde ao não se preocupar com esse aprendizado em matemática a nível da economia como um todo. Porque são trabalhos que são muito produtivos, que geram muitos rendimentos, têm a ver com pesquisa, com inovação. Então, se a gente investisse nisso e acompanhasse isso, a nível agregado da economia, a gente poderia ter um efeito maior, inclusive em relação a PIB”, enumera Fernanda.
Outro ponto destacado pela pesquisa é que embora a participação de mulheres e de pessoas negras tenha aumentando, a desigualdade ainda é um fator a ser superado. Fernanda Seidl ressalta que é preciso avançar na redução das desigualdades, investindo mais e melhor nessa área de conhecimento.
“Esse é um ótimo trabalho, o Brasil deveria ter mais pessoas trabalhando em matemática, isso poderia gerar trabalhos melhores para a população, que geram mais PIB, porém quando a gente pergunta quem está acessando esses trabalhos, a gente vê que quem está prestando esses trabalhos ainda são a maioria de pessoas brancas e a maioria de homens. Ou seja, é preciso trabalhar na equidade também, tanto no acesso aos empregos, quanto também desde a educação básica, na própria aprendizagem, que a gente sabe que é muito desigual desde os primeiros anos”, finaliza.
O estudo utilizou os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, do IBGE, para avaliar o número de trabalhadores e suas remunerações associadas às atividades ligadas à matemática.
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