Intenção de consumo das famílias recua em fevereiro
A Intenção de Consumo das Famílias caiu pelo terceiro mês consecutivo. A queda ficou em 0,5% em fevereiro, frente ao mês anterior, mas ainda segue na zona de satisfação, aos 105,7 pontos. Os dados, divulgados nesta terça-feira (20) pela CNC, Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, apontam uma recuperação da vontade de consumir em relação aos anos anteriores, com um crescimento de 10,4% na comparação com fevereiro de 2023.
Com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo menor e a inflação mais controlada, o indicador da percepção sobre o cenário para compra de bens duráveis é o que está mais pessimista, apesar das melhores taxas de juros. O indicador alcançou em fevereiro 73,5 pontos, valor abaixo da zona de satisfação, que é acima de 100 pontos.
Já o índice mais otimista é o que mede a satisfação em relação à renda atual, que avançou 0,3%, atingindo 124,7 pontos.
O acesso ao crédito teve o menor crescimento em comparação a fevereiro de 2023 e taxa mensal negativa pelo terceiro mês seguido, o que contribuiu para a percepção de que o efeito positivo da redução dos juros vem se esgotando no aquecimento do consumo.
A cautela com a inadimplência é puxada, sobretudo, pelas famílias das classes média e baixa. Os grupos com renda superior a dez salários mínimos continuam utilizando o crédito para fazer suas compras. O acesso ao crédito aumentou 0,4% para essa faixa de renda.
Já para aqueles que recebem menos de dez salários mínimos, esse índice caiu 0,7%, a terceira queda mensal seguida.
Segundo a CNC, isso ocorre porque as famílias de menor renda são mais vulneráveis à evolução dos juros e o motivo, de acordo com a confederação, é o endividamento. Dessa forma, são mais incentivadas a liquidar seus débitos do que a consumir.