A Dívida Pública Federal aumentou 2,25% em junho, chegando a R$ 7,6 trilhões no mês passado, segundo relatório divulgado pelo Tesouro Federal nesta segunda-feira (29).
Em junho, foram emitidos mais de R$ 94 bilhões em títulos da dívida pública federal, sendo resgatados R$ 12 bilhões.
De acordo com o Plano Anual de Financiamento, apresentado no fim de janeiro, o estoque da dívida pública deve encerrar 2024 entre R$ 7 trilhões e R$ 7,4 trilhões.
O coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Helano Borges Dias, disse que a conjuntura econômica na América Latina piorou.
“Mas na América Latina, em função das eleições do México, houve uma deterioração da percepção de risco da região e a gente observa quem neste primeiro gráfico, o CDS, que é uma medida de risco, uma espécie de seguro que os investidores fazem, aumentou nos principais pares da região. E também vimos uma elevação da curva de juros doméstica, ao longo do período em toda a sua extensão”.
As instituições financeiras, os bancos, aumentaram suas participações como detentores da dívida federal interna, chegando a 30% de toda a dívida em junho. Seguido dos fundos de pensão, com 23%, e dos fundos de investimentos, quase 22%. A participação de não-residentes no país como detentores de títulos da dívida aumentou para 10% do total.
Helano Borges Dias, diz que os dados mostram a confiança do investidor estrangeiro.
“A gente observa uma certa divergência de apetite ao risco do investidor doméstico e o investidor estrangeiro. Os fundamentos da economia brasileira como um todo se mostram consistentes. A gente tem uma inflação baixa, os indicadores de balanço de pagamento bastante saudáveis. Então nós temos um conjunto de fundamentos econômicos que trazem essa percepção de segurança pro investidor não-residente”.
O percentual de títulos federais que vencem nos próximos 12 meses apresentou uma ligeira queda, chegando a pouco mais de 20% em junho. O prazo médio para vencimento dos títulos da dívida pública também caiu, para quatro anos, em média, em junho.
Já a reserva de liquidez da dívida federal, que é composta pelos recursos reservados exclusivamente para o pagamento da dívida, aumentou 7% em relação a maio, passando para R$ 1,1 trilhão.
O custo médio da dívida pública federal cresceu 0,54% em junho, chegando a 11,1% ao ano.
