Trinta anos atrás, o Real assumiu as carteiras dos brasileiros para por fim à hiperinflação. O plano começou a ser desenhado em 1993. Naquele ano, a inflação beirou 2.500%. Só para ter uma ideia, neste ano, a expectativa é que fique em 4%.
"Não era fácil fazer compras naquela época," lembra o técnico de produção Gilberto Lucena. O Plano Real foi dividido em três fases. Primeiro, um ajuste fiscal para melhorar as contas. Depois, a URV, a Unidade de Valor Real, entre março e junho de 94, serviu para fazer a transição do Cruzeiro Real para a nova moeda. E, por fim, a troca definitiva das cédulas e moedas.
"O plano foi discutido com a sociedade e anunciado com antecedência," diz o professor de economia da USP, Simão Silber. "E diferente dos planos anteriores, que deram errado, não houve congelamento de preços ou bloqueio de valores. Para ele, o grande legado é o fim da hiperinflação." O professor Simão explica que o Real ficou equiparado ao dólar por quatro anos para ganhar credibilidade.
O professor da UnB, Cesar Bergo, cita outras medidas que ajudaram a controlar a inflação e estabilizar a moeda. A população começou a trocar as cédulas antigas pelas novas notas do Real no dia primeiro de julho de 1994. O Cruzeiro Real parou de circular em setembro daquele ano.
*Com produção de Daniel Lima
