Especialistas veem impacto da Selic sobre expectativas econômicas

Para segurar a inflação, o Copom, o Comitê de Política Monetária do Banco Central, aumenta a taxa básica de juros. A ideia é deixar o crédito mais caro para reduzir a demanda e, assim, baixar a pressão sobre os preços. O efeito colateral é esfriar a economia, o que pode desacelerar, por exemplo, a criação de empregos.
O Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (17) pelo Banco Central, trouxe que a inflação oficial deve terminar o ano a 5,66%.
Para o economista Newton Marques, a política monetária apertada, com juros em 13,25% atualmente, tem efeito sobre o índice:
“Ainda mais com um possível aumento nesta semana, isso vai provocar com que haja uma reversão da expectativa dos agentes econômicos e, consequentemente, redução da pressão inflacionária, que, segundo o Banco Central, está sendo dada por setores como serviços e alimentos”.
Para o crescimento econômico em 2025, a expectativa caiu de 2,01% para 1,99% no Boletim Focus.
O professor de economia da Universidade Federal de Minas Gerais Mauro Sayar diz que o efeito das altas de juros deve ser mais claro daqui para frente:
“Eu acho que agora, com a normalização de todo o efeito pós-pandemia, a gente volta à normalidade e, muito provavelmente, a gente vai sentir de uma forma mais intensa, agora, essas elevações da Selic na atividade econômica para controlar a inflação”.
Nesta terça-feira (18), começa a reunião do Copom. A expectativa é de mais um aumento de um ponto percentual na Selic, o que pode elevar a taxa básica de juros para 14,25% ao ano.





