A estudante Thayane Tavares Monteiro, de 19 anos, que sobreviveu a chacina ocorrida há seis anos na escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na zona norte do Rio, luta na Justiça para conseguir tratamento especializado.
A ação pede a avaliação de um perito, que vai identificar o tipo terapia necessária e o período. Desde o massacre, ocorrido em abril de 2011, que deixou Thayane paraplégica, a Prefeitura do Rio assumiu os subsídios de medicamentos e insumos como fraldas e sonda, além do pagamento de uma indenização e de um salário-mínimo por mês à vítima.
O acordo firmado também determinava a garantia dos tratamentos necessários. Mas, segundo o advogado de Thayane, João Tancredo, a cláusula não especificava o tipo de tratamento e, por esta razão, a família recorreu à Justiça para que a jovem tenha direito a terapia diferenciada oferecida em um Centro de Recuperação Neuromotora de São Paulo.
Thayane levou quatro tiros no ataque cometido por um ex-aluno que invadiu a escola e disparou contra os estudantes, matando 12 crianças e ferindo outras 12. A mãe da jovem, Andreia Tavares, afirma que, muitas vezes, a filha fica sem os remédios utilizados para controlar as dores. Andreia reclama do descaso por parte do município e pede providências para que a Thayane tenha acesso a tudo que precisa.
A mãe revela, no entanto, que o motivo que gera maior preocupação é o tratamento, que atualmente, é feito para adaptar a Thayane à cadeira de roda, quando, no entanto, existe a possibilidade, já garantida por médicos, da estudante voltar a andar.
Andreia enfatiza que a prefeitura precisa garantir esse direito à Thayane, que estava dentro de uma escola municipal quando sofreu os ferimentos que a deixaram paraplégica.
Por nota, a prefeitura do Rio esclareceu que a Procuradoria-Geral do Município firmou, por intermédio da Defensoria Pública e do Ministério Público estadual, acordos com as famílias das vítimas do ataque, que estão sendo “cumpridos integralmente”. Sobre a ação judicial que pede a perícia e o tratamento específico para Thayane Tavares, a prefeitura não se pronunciou até o fechamento desta reportagem.