Na Trilha da História: Historiador conta como JK personificou um momento raro de democracia no país

Na Trilha da História

Publicado em 24/08/2017 - 09:46 Por Apresentação Isabela Azevedo - Brasília

Olá! Eu sou a Isabela Azevedo e está começando mais um Na Trilha da História! Nesta semana, nosso programa é dedicado ao presidente Juscelino Kubitschek, e o entrevistado é o historiador Antônio Barbosa, professor do departamento de História da Universidade de Brasília.

 

Nosso personagem nasceu em 1902, na cidade mineira de Diamantina. Dono de um sorriso largo e de um talento especial para negociação, JK tinha destino certo: a política. Foi deputado federal, governador de Minas Gerais e chegou à presidência da República em 1956.

 

Sonora: "Mas ele vai ser eleito num contexto muito interessante da história do Brasil. Em 1945, terminou a ditadura de Vargas. Então, pela primeira vez, a sociedade vai tentar praticar algo chamado democracia. É claro que com todas as limitações da época, mas num regime de liberdade. Foi nesse contexto que JK foi eleito pelo PSD."

 

A palavra de ordem de Juscelino era progresso! Enquanto estivesse no comando do país, o Brasil avançaria 50 anos em apenas 5! Para cumprir a promessa, o presidente criou um plano de metas que previa a abertura de estradas, investimento na indústria nacional e a criação de Brasília, a nova capital da República.

 

Sonora: "Ele estabeleceu algumas metas essenciais para serem cumpridas no seu quinquênio, envolvendo a geração de energia, indústria, transportes etc. A última meta seria a transferência da capital. É algo que já estava escrito na primeira Constituição Republicana de 1891, mas ninguém cumpria."

 

Poucos anos depois do fim do governo dele, os militares tomaram o poder. JK adotou a estratégia de apoiar a eleição indireta do marechal Humberto Castello Branco, certo de que conseguiria disputar a eleição seguinte e voltar ao comando do país. Mas deu tudo errado.

 

Sonora: "Pois Juscelino, numa famosa reunião num apartamento na zona sul do Rio de Janeiro, assegurou as lideranças do PSD que seria bom para o país votar no marechal Castello Branco. Até porque Juscelino disse que o marechal garantiu que governaria apenas até completar o mandato do presidente João Goulart. Mas deu tudo errado! Logo em 1965, as eleições presidenciais foram transformadas em indiretas e, logo em seguida, houve a prorrogação do mandado do marechal para 1967. Nesse momento, o mandato de JK há havia sido cassado e ele tinha partido para o exílio. Ele era senador por Goiás."

 

Doze anos depois do início da ditadura, Juscelino Kubitschek morreu em um acidente de carro na Via Dutra, rodovia que liga São Paulo ao Rio de Janeiro. O Brasil inteiro chorou na despedida do presidente JK.

 

Sonora: "Eu me lembro como se fosse hoje: perto da Catedral, o caixão foi tomado do Corpo de Bombeiros pelos populares. Não era apenas de o corpo do Juscelino que estava sendo sepultado, mas era um grito contra a ditadura, pela volta de um Estado Democrático de Direito. A morte dele foi simbólica. Terminava um momento da História do Brasil personificado por ele, e a sociedade brasileira começava a acordar." 


Esta foi a versão reduzida do Na Trilha da História. O episódio completo tem 55 minutos e traz, além da entrevista na íntegra com o historiador Antônio Barbosa, músicas interpretadas por Gláucia Nasser e uma entrevista com a cantora, que montou um espetáculo em homenagem ao presidente JK. Para ouvir, acesse: radios.ebc.com.br/natrilhadahistoria. E se você quiser enviar uma sugestão de tema para o programa, nosso e-mail é culturaearte@ebc.com.br./Até semana que vem pessoal!

 

 

Na Trilha da História: Apresenta temas da história do Brasil e do mundo de forma descontraída, privilegiando a participação de pesquisadores e testemunhas de importantes acontecimentos. Os episódios são marcados por curiosidades raramente ensinadas em sala de aula. É publicado semanalmente. Acesse aqui as edições anteriores.

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