Na Trilha da História: Tema histórico da semana começa já em 1808, com a chegada da família real
Olá! Eu sou a Isabela Azevedo e está começando mais um Na Trilha da História! Neste episódio, vamos falar sobre o tema histórico da semana: a Independência do país. Nossa entrevistada é a historiadora Lúcia Bastos, professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
E nossa história de hoje começa com a chegada da família real, em 1808. Enquanto as tropas de Napoleão ocupavam Portugal, dom João VI - na época ainda príncipe regente - transferiu a sede da monarquia para o Rio de Janeiro.
Sonora: “No caso brasileiro, nós tivemos a transposição da família, toda a estruturação de um império aqui no Brasil e, de uma certa maneira, o Brasil passou a ser a cabeça desse Império Português, tanto que o grande lamento dos portugueses era que o Brasil, de colônia passou a ser metrópole, e Portugal, de metrópole passou a colônia."
Depois da chegada da família real, o Brasil foi ganhando peso político, protagonismo. E, em 1815, foi criado o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. Assim, as terras brasileiras deixavam de vez de ser uma simples colônia para integrar o reino.
Sonora: “Nós deixamos oficialmente de ser uma colônia e passamos à categoria de Reino Unido a Portugal e Algarves. Então, a parte americana desse império passou a tomar pé da sua possibilidade de autonomia ou, pelo menos, de não subordinação a Portugal."
Uma revolução constitucional estourou na cidade portuguesa do Porto, em 1820. As cortes portuguesas obrigaram o retorno de dom João e tentaram restringir a importância política do Brasil.
Sonora: “Mas venceu a ideia de que dom João é que deveria voltar para Portugal, o que ele faria em abril de 1821. As cortes já estão reunidas, e a situação de dom João é realmente bastante delicada. Ele perde todos os seus direitos de um soberano de um antigo regime e vai ficar refém dessas cortes portuguesas."
Pedro de Alcântara, filho de dom João, ficou no comando do Brasil, mas também enfrentou problemas com as cortes portuguesas, que determinaram o retorno do príncipe à Europa. Pressionado pelas elites do Sudeste, Pedro não obedeceu, fazendo entrar para a história o Dia do Fico, em 9 de janeiro de 1822.
Sonora: “Quando você tem esse manifesto e se aguarda a resposta de dom Pedro, ele diz aquela célebre frase 'como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que fico'. Mas ele não tinha ainda aí que ele ia ficar para fazer a independência."
A pressão das cortes continuou e, em 7 de setembro 1822, Pedro de Alcântara recebeu novas cartas de Portugal ordenando medidas que deixariam os brasileiros submissos politicamente à coroa portuguesa. O príncipe estava em São Paulo, próximo ao Rio Ipiranga, quando finalmente declarou que o Brasil estava separado de Portugal. E, em 12 de outubro, ele foi aclamado como dom Pedro I, imperador do Brasil, independente.
Sonora: “E, aí, você começa, ainda no mês de setembro, a ver que já há uma separação. Mas você tem que oficializar essa separação. A gente mostra que o 'Independência ou morte!' pode até ter existido, mas não foi considerado como a oficialização dessa separação. E qual é essa data? O 12 de outubro, quando dom Pedro vai ser aclamado o primeiro imperador do Brasil."
Esta foi a versão reduzida do Na Trilha da História. O episódio completo tem 55 minutos e traz, além da entrevista na íntegra com a historiadora Lúcia Bastos, músicas que tem tudo a ver com a independência do Brasil! Para ouvir, acesse: radios.ebc.com.br/natrilhadahistoria. E se você tiver uma sugestão para o programa, nosso e-mail é culturaearte@ebc.com.br. Até semana que vem pessoal!
Na Trilha da História: Apresenta temas da história do Brasil e do mundo de forma descontraída, privilegiando a participação de pesquisadores e testemunhas de importantes acontecimentos. Os episódios são marcados por curiosidades raramente ensinadas em sala de aula. É publicado semanalmente. Acesse aqui as edições anteriores.