A Libras, Língua Brasileira de Sinais, reconhecida há 19 anos como meio legal de comunicação e expressão dos surdos, ainda é pouco difundida no país. Quem não convive diretamente com essa parcela da população dificilmente aprende Libras.
E não se trata apenas de uma barreira linguística, como nos conta a professora do Instituto de Letras da Universidade de Brasília, Enilde Faulstich. Para ela, falta ainda um grande número de professores surdos e intérpretes que possam atuar nas escolas.
A educação bilíngue de surdos, que prevê Libras como primeira língua e o português como segunda, foi instituída por lei em agosto deste ano. A especialista lembra que a modalidade escrita da língua portuguesa dá aos surdos uma condição mais direta em termos de escolarização.
Quanto à Língua de Sinais, que não é oral e ainda não é escrita, todo vocabulário especializado se dá com o uso das mãos, como explica a professora Enilde Faulstich.
A Libras pode ser ensinada como segunda língua para quem não é surdo. Há mais de 20 anos Instituto de Letras da Universidade de Brasília tem uma sequência de formação para surdos. Hoje, conta mestrado e doutorado, o que permite aos surdos atuarem como professores de graduação e pós-graduação.