A sala de aula era como o quintal de casa para Marcella Libório, que acompanhava a avó e a tia professoras no contraturno da escola, ainda na infância. Desse contato com a rotina de ensino-aprendizagem veio o desejo de também seguir na profissão. Formou-se em pedagogia, atuou da educação infantil ao ensino de jovens e adultos, mas foi como apoio pedagógico em turmas inclusivas que descobriu uma paixão ainda maior.
De família simples, Manoel Palhares, surdo de nascença, estudou sem auxílio de intérprete de Libras em escolas públicas de Brasília entre os anos 1970 e 1980. Mesmo com muitas barreiras na comunicação, formou-se em Matemática e começou um estágio como professor. Admirado por colegas de trabalho e incentivado a ir mais longe, foi o primeiro surdo aprovado em concurso público da Secretaria de Educação do Distrito Federal.
Com auxílio da intérprete Alyne Oliveira, o professor do Centro de Ensino Médio 1 de Sobradinho, no DF, conta que o seu desejo é ter o ensino de Libras no currículo da educação básica do país.
A pedagoga Dayane Francisca Santos, que não esperava seguir no magistério, hoje não se vê fazendo outra coisa. Inspirada pelo irmão que tem síndrome de Down, ela explica que sempre trabalhou com estudantes deficientes, a quem dedica muito afeto.
Thalyta Alves, aluna de Dayane no Centro de Ensino Especial de Santa Maria, no DF, não esconde o carinho que tem pela professora.
As histórias inspiradoras de Marcella, Manoel e Dayane são lembradas neste Dia do Professor. No Brasil, o número de alunos da educação especial ultrapassa 1,3 milhão, segundo dados do Censo 2020.
*Com produção de Salete Sobreira