Além de Bahia, Piauí e Maranhão, a independência do Brasil também provocou conflitos armados no atual estado do Pará. Muito vinculadas à Lisboa, as elites dirigentes da província viram com maus olhos a desobediência de Dom Pedro.
A situação só começou a mudar no Pará em janeiro de 1823, quando as médias e baixas patentes se revoltaram contra a manutenção do vínculo com Portugal, como destacou a historiadora Magda Ricci, da Universidade Federal do Pará. Os militares tentavam assumir o controle das armas e montavam emboscadas para forçar uma mudança política na província do Grão- Pará.
Além dessas ações de guerrilha, em maio de 1823 explodiu uma revolta no município de Muaná, na Ilha de Marajó, quando grupos se rebelaram contra os recrutamentos forçados e tomaram o controle da vila. Como conta a historiadora Magda Ricci, que também é diretora do Centro de Memória da Amazônia. Mas os portugueses venceram. Os revoltosos foram presos e mandados para Lisboa. Mas não demoraria até o militar John Greenfeld, a mando de Dom Pedro, ameaçar invadir Belém. Acossado pela esquadra do Império brasileiro e sem perspectiva de um apoio de Portugal, o governo local aderiu à independência em 15 de agosto de 1823.
Porém, a situação não foi pacificada. Grupos de milicianos que vinham do interior para aclamar Dom Pedro queriam trocar os chefes militares da província e iniciaram uma mobilização que ameaçava a autoridade de John Greenfeld, que mandou prender os agitadores e colocá-los em um navio, o Brigue Palhaço. A historiadora Magda Ricci relata que mais de 250 homens presos no navio amanheceram, no dia 20 de outubro, mortos, num massacre que marcaria a história da região.
Magda Ricci argumenta que o massacre do Brigue Palhaço marcou a memória popular a ponto de alimentar a cabanagem, em 1835, considerada a maior revolta popular da história do Brasil. Mas essa, já é outra história.
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*Com produção de Beatriz Evaristo, Sonoplastia de José Maria Pardal
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