Mais de 300 entidades ligadas à educação fizeram uma carta aberta pedindo a revogação do novo ensino médio. Os representantes dessas instituições alegam que o novo modelo vai na contramão de todos os estudos ligados à área e afirmam que o processo foi feito de maneira unilateral, sem espaço para o diálogo com a comunidade escolar.
Tânia Dornellas, cientista política e assessora da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, destaca que o ensino médio como já existe precisa ser revisto, sim, mas afirma que o novo modelo amplia as desigualdades entre estudantes de escolas públicas e privadas.
Tânia Dornellas explica ainda que o posicionamento de todas essas entidades contra esse novo modelo é baseado nas experiências que já aconteceram em escolas do Brasil, com uma implementação conturbada do ensino médio. De acordo com ela, há relatos negativos de alunos e professores sobre a falta de estrutura das escolas públicas para colocar em prática essa nova realidade.
O ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou que um grupo com representantes de diferentes setores da educação será formado pelo MEC para corrigir problemas da reforma do ensino médio. Ele admitiu a falta diálogo para formatação desse modelo e defendeu a abertura de espaço de discussão e pesquisa.
A reforma do ensino médio foi aprovada em 2017, durante o governo Temer. A ampliação da carga horária e a possibilidade de parte das disciplinas ser escolhida pelos alunos fazem parte das mudanças.