Mais de 56% das crianças brasileiras não são alfabetizadas na idade certa. Apenas 43% dos estudantes apresentam níveis adequados de alfabetização no final do segundo ano do ensino fundamental, por volta dos sete, oito anos.
Para tentar mudar essa realidade, o Ministério da Educação apresentou, nesta quarta-feira (31), os resultados da pesquisa Alfabetiza Brasil, feita com 251 professores das cinco regiões do país.
A ideia foi conhecer a realidade de cada local, já que o país possui dimensões continentais com diferenças sociais, econômicos e culturais.
Com os dados, a pasta definiu o conjunto de habilidades que devem caracterizar o perfil de aprendizagem da leitura e da escrita esperado ao fim do segundo ano do ensino fundamental.
Com isso, foi possível elaborar uma nota de corte de 743 pontos, na escala de proficiência do Saeb, Sistema de Avaliação da Educação Básica, que estabelece o conjunto de habilidades desse perfil de aprendizagem.
No caso, as crianças que alcançam esse patamar são capazes de realizar leitura e processos básicos de interpretação de texto, como tirinhas e histórias em quadrinhos.
Além disso, são capazes de escrever, ainda que com alguns erros, textos sobre situações da vida cotidiana como um convite ou um lembrete.
O ministro da Educação, Camilo Santana, explica a importância da alfabetização na idade certa.
A professora Queila Cristina de Oliveira, de Belo Horizonte, em Minas Gerais, participou da pesquisa. Ela destaca a participação dos docentes nas decisões políticas que vão impactar nesse chão de jardim que é a sala de aula.
Nos próximos dias, o governo federal pretende lançar uma política nacional de alfabetização, que vai ser anunciada pelo presidente Lula.
Além disso, até o fim do ano, o MEC vai ouvir todos os estudantes do ensino básico no Saeb 2023.