Diante dos desafios enfrentados pelos brasileiros no acesso e qualidade do ensino superior, a Academia Brasileira de Ciência elaborou o relatório, que aponta uma série de medidas para aperfeiçoar esta etapa da formação acadêmica, oferecida por instituições públicas. O documento, batizado de “Um olhar sobre o ensino superior no Brasil”, foi lançado nesta quinta-feira (7), no Rio de Janeiro.
Entre as propostas do documento está a criação de faculdades federais, mais ágeis que as universidades. Ado Jorio, coordenador do grupo de trabalho que elaborou o projeto e professor da Universidade Federal de Minas Gerais, explica o diferencial dessas instituições.
“As universidades têm a premissa de que elas fazem ensino, pesquisa e extensão. As faculdades elas teriam o foco em ensino e teriam uma estrutura mais flexível, por exemplo, cursos de menor duração, sem aqueles cursos de quatro ou cinco anos e poderiam ser voltados para atividades econômicas mais imediatas”.
Outras medidas apontadas pelo relatório da Academia Brasileira de Ciência são um aumento no número de matrículas nos institutos federais e CEFETs para cursos técnicos e tecnológicos, fortalecimento do ensino à distância e valorização dos professores.
Em relação às universidades públicas, o documento propõe também a criação de Centros de Formação em Áreas Estratégicas, voltados para seis campos: bioeconomia; agricultura e agronegócio; transição energética; saúde e bem-estar; transformação digital e inteligência artificial; e materiais avançados e tecnologias quânticas.
Outra recomendação é a criação de um programa de recuperação da infraestrutura em universidades federais, junto a investimentos em melhoria da retenção de alunos e diminuição de evasão.