A maior medalhista olímpica da história do nosso país, a ginasta Rebeca Andrade retornou, nesta segunda-feira (12), aos treinos diários no Centro de Treinamento do Comitê Olímpico do Brasil, no Rio de Janeiro.
Há uma semana, Rebeca conquistava a medalha de ouro no solo da ginástica artística nos Jogos de Paris. Agora ela é a única atleta brasileira a ter seis medalhas, em duas Olimpíadas: quatro em Paris e duas em Tóquio.
No ginásio em Guarulhos, aqui na Grande São Paulo, onde Rebeca começou a treinar, dos cinco aos dez anos de idade, as 425 novas vagas disponíveis para aulas de ginástica, este semestre, se esgotaram em menos de 48 horas.
Com apenas cinco anos, Mel é uma das centenas de meninas que se inspiram na antiga aluna, agora campeã olímpica que ganhou um grafite imenso em uma das paredes do ginásio.
Entre cambalhotas e paradas de mão, estrelinhas e rodantes, a pequena atleta faz do seu sonho o de milhares de outras novas ginastas brasileiras.
Mãe de Mel, que a gente acabou de ouvir, e de Manuela, de dez anos, Erika Martins deixou a profissão de pedagoga para seguir outra: a de mãe profissional de ginasta.
Sem nenhum incentivo público, ela acorda todos os dias quatro horas da manhã para investir no sonho de suas filhas. Todos os dias, pela manhã, ela leva a mais velha para o treino. À tarde, é a vez de levar a caçula para aulas nas traves, paralelas e trampolins.
Um dos primeiros treinadores de Rebeca, foi o técnico Osmar Fagundes Júnior. Para o professor Júnior, como ele é mais conhecido, o esporte dá o caminho para disciplina, para a superação dos próprios limites, para a mobilização familiar e para a compreensão da força coletiva.
Se depender das pequenas novas atletas que treinam no ginásio que foi a primeira casa dos saltos de Rebeca, o sucesso da campanha da ginástica brasileira nas Olímpiadas de Paris vai ecoar ainda por muito tempo como algo inspirador.
A maior prova disso é que a demanda das vagas no ginásio triplicou desde que Rebeca foi competir na Olimpíada.