A Funai confirmou, nessa terça-feira (12), que 24 índios de recém contato estão instalados na base do Rio Envira, no Acre. Os indígenas, que viviam de forma isolada na fronteira do Brasil com o Peru, procuraram equipes da fundação e relataram sofrer ameaças de madeireiros e narcotraficantes nas cabeceiras do rio Envira, no território peruano.
A presidente da Funai, Maria Augusta Assirati, disse que os relatos estão sendo investigados, e afirmou que foi elaborado um plano de contingência na área da saúde para proteger o grupo de doenças como a gripe. Maria Augusta informou ainda que a Fundação entrou em contato com o governo do Peru por meio do Itamaraty, recebeu um relatório, e vai analisar o documento.
O primeiro contato dos indígenas do tronco linguístico Pano com a Funai foi feito por sete integrantes do grupo. Antes de voltar para as malocas e trazer os outros índios para a base do Xinane, os sete contraíram o vírus da gripe e foram medicados. Segundo a diretora de atenção à saúde indígena do Ministério da Saúde, Daniele Cavalcante, a situação na base é estável.
A Funai informou que vai respeitar a autodeterminação do grupo e realizar o trabalho de proteção territorial, com base na Política de Proteção aos Índios Isolados. O órgão disse ainda que solicitou R$ 5 milhões ao governo brasileiro para atender aos índios isolados e os de recém-contato que vivem na região.