A Polícia Civil do Distrito Federal deflagrou a Operação Tiradentes para apurar fraudes milionárias na CABE - Caixa Beneficente da Polícia Militar do DF.
Foram cumpridos 24 mandados de busca e apreensão, dois deles na cidade de Caldas Novas, em Goiás, e seis mandados de condução coercitiva para ouvir possíveis envolvidos. A Corregedoria da PM acompanha o caso.
As investigações começaram em junho e indicam a prática de crimes como falsidade ideológica, apropriação indébita e lavagem de dinheiro.
O delegado-chefe da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado, Fábio Souza, explica que o esquema funcionava por meio de compras e contratações superfaturadas e até inexistentes com algumas empresas. E ele afirma que há indícios do envolvimento de militares.
Também foram identificadas vendas irregulares no Mercado Reembolsável, um supermercado com preços diferenciados para os policiais militares.
A CABE comprou, em agosto de 2012, 199 pares de coturnos por R$ 254,00 cada. Mas, em janeiro, vendeu o produto pelo preço de R$ 116,00.
Também há indícios de compras de produtos acima do valor de mercado e a partir de empresas pertencentes a um mesmo fornecedor.
Além disso, foi feito um pagamento de 84 mil reais para uma empresa de tecnologia em Goiânia, mas quando o representante da organização foi ouvido afirmou que desconhecia o contrato e a CABE.
Outra fraude trata do investimento da Caixa Beneficente em um empreendimento em Caldas Novas que chegou a 6 milhões e meio de reais.
Segundo o delegado, a empresa responsável pela construção pertence a esposa de um major da PM.
Mas o advogado da CABE, José Carlos da Silva, afirma que as denúncias são infundadas e improcedentes. Segundo ele, trata-se de uma disputa interna na instituição.
A CABE é uma instituição privada criada para administrar benefícios como: empréstimos consignados em folha de pagamento, planos de saúde e odontológico e auxílios funeral e jurídico. Atualmente, a entidade reúne 22 mil associados.