A morte de cerca de 40 toneladas de peixes no rio Tietê, na cidade paulista de Salto, pode não ter sido provocada só pela água preta.
A coordenadora da Rede das Águas da Fundação SOS Mata Atlântica, Malu Ribeiro, suspeita que tenha havido movimentação de lodo com sedimentos no fundo dos reservatórios da Emae -- a Empresa Metropolitana de Águas e Energia -- , após as chuvas. Malu Ribeiro disse que o fato precisa ser apurado pelas autoridades competentes.
Ela explicou que a Emae sabia que, quando viessem as primeiras chuvas, teria que abrir as comportas para evitar enchentes na região metropolitana. Segundo Malu Ribeiro, a empresa deveria ter aproveitado o período de seca para limpar os seus reservatórios, o que não aconteceu.
Em nota, a Cetesb -- a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do estado de São Paulo -- informou que já está investigando o caso. Além disso, a prefeitura de Salto está concluindo um relatório sobre a poluição do rio Tietê e a mortandade dos peixes, a ser apresentado ao Ministério Público estadual e ao governo paulista.
A Emae administra uma série de reservatórios e usinas que ficam entre a capital paulista e a cidade de Salto, sentido no qual corre o rio Tietê.
Segundo Malu Ribeiro, a mancha de água preta que atingiu mais de 70 quilômetros de extensão do rio Tietê, prejudicou a indústria de pescado da região, o turismo e o meio ambiente.