Os problemas causados pelo consumo de bebida alcoólica nas comunidades indígenas em Roraima são preocupantes e chamam a atenção dos órgãos públicos.
Nesta sexta-feira, o Ministério Público Federal no estado realiza ação de conscientização na comunidade indígena Três Corações, localizada no município de Amajarí.
A mobilização será no centro e começa a partir de uma e meia e se estende até às seis da tarde. Na mobilização estão previstas palestras e aconselhamento psicológico.
O procurador da República Gustavo Alcântara relata que a ação do Ministério Público se deve as reclamações recorrentes dos indígenas sobre a entrada do álcool nas comunidades.
SONORA
O procurador ressalta ainda que não existe crime se o índio for ao mercado e comprar a bebida alcoólica. Mas se for constatado que o comerciante desrespeita a vontade dos indígenas e realiza a venda do produto, pode ser constatada, desta forma, a ilegalidade.
A situação pode se agravar se o estabelecimento estiver fixado de forma ilegal dentro de terras indígenas. A punição é o fechamento do local.
Apesar de os moradores já serem atendidos pelo Sistema Público de Saúde no enfrentamento da doença, novas ações permanentes serão sugeridas a partir do diagnóstico da situação após a mobilização.
O objetivo dos órgãos envolvidos é estender ações similares a esta para todo o estado. A ideia é estabelecer um calendário anual para trabalhar o tema junto aos povos indígenas.
A Funai e o Dsei-Leste, o Distrito Sanitário Especial Indígena também vão participar da mobilização na comunidade indígena Três corações. A reportagem não conseguiu contato com a Fundação e com o Dsei.
Dados do IBGE, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, mostram que a população indígena do País é de mais de 817 mil indivíduos. Destes, quase 56 mil residem em Roraima. Proporcionalmente, o estado é o que possui o maior número de índios do país.
