A filha da médica Michelle Lopes teve coqueluche com menos de dois meses de idade. A doença foi transmitida pelo contato da mãe com outras crianças infectadas. Michelle conta que o diagnóstico demorou a sair, e que a bebê chegou a ter uma parada respiratória.
Os casos de coqueluche no Distrito Federal aumentaram 144% em 2014 em relação a 2013. No ano passado foram 301 casos, contra 123 no ano anterior. Segundo a Secretaria de Saúde do DF, quatro crianças com menos de um ano de idade morreram por causa da doença.
Enquanto o índice de contaminação no DF aumentou, o número de casos em todo o país caiu 24% no ano passado. A coqueluche possui ciclos e as ocorrências costumam aumentar a cada três anos e depois diminuir.
A doença, que também é conhecida como tosse comprida, é causada por uma bactéria e pode ser evitada por meio da vacina pentavalente, que também protege contra difteria, hepatite B, meningite e tétano. As doses são aplicadas três vezes nos seis primeiros meses de vida.
Os sintomas são parecidos com os de um resfriado, como tosse e febre baixa. A transmissão acontece principalmente por gotas de saliva da tosse, espirro ou fala.
Segundo a gerente de vigilância epidemiológica da Secretaria de Saúde do DF, Cristina Segatto, a doença se torna mais grave em crianças pequenas.
Desde novembro do ano passado, a rede pública distribui a vacina contra coqueluche para mulheres grávidas. A dose pode ser aplicada até no máximo 20 dias antes do parto. Profissionais que trabalham em UTIs neonatais e maternidades também podem ser imunizados.