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Atingidos por barragens ocupam Eletrobras em Rondônia

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Michele Moreira
11/03/2015 - 15:30
Brasília

Cerca de 350 manifestantes do MAB, o Movimento dos Atingidos por Barragens, ocupam desde terça-feira (10) o prédio da Eletrobras Distribuição e Energia em Porto Velho, Rondônia. O grupo pede reunião com o governo federal para tratar problemas decorrentes da instalação de usinas hidrelétricas no estado, protesta contra o aumento da tarifa de luz e reivindica o fornecimento de energia para comunidades distantes.

 

Integram o movimento, famílias atingidas pela construção da Usina Samuel, além de moradores do Alto e Baixo Madeira afetados pelas usinas de Santo Antônio e Jirau.


Segundo o representante do movimento, João Dutra, a ação pretende abrir uma frente de negociação com o governo federal. Dutra denuncia que os consórcios responsáveis pelas usinas não têm cumprido com as obrigações previstas nos processos de licenciamento ambiental.

 


"Não foram feitos os reassentamentos para grande parte das famílias atingidas. Os pescadores, do Rio Madeira, como é o caso da comunidade de Abuña, não tem qualquer política de reestruturação de geração renda, nem mesmo a política assistencial".

 


A dona de casa Alzira Ferreira morava onde foi instalada a Usina Samuel e afirma que as famílias foram realocadas para uma área próxima, sem a menor infraestrutura.


"A gente não saiu dali para um lugar que tenha todos direitos. Nós saímos dali para sofrer com a inundação de água. Água, água. Tudo alagado".


O MAB estima que mais de mil famílias atingidas pela Usina Samuel deixaram de ser reassentadas e estão sem acesso a energia elétrica.


O diretor-presidente da Eletrobras em Rondônia, Luiz Carvalho, afirma que a maioria das reivindicações dos manifestantes está direcionada ao Governo Federal e que tem reunido esforços para buscar uma reunião entre o governo e o movimento.

 

Sobre a distribuição de energia no estado, Luiz Carvalho, afirma que está em andamento o programa federal Luz para Todos.

 

"Nós tínhamos uma meta para ligação em torno de 40 mil unidades. Nós já atingimos mais de 70 mil unidades ligadas. Mas ainda temos uma demanda a ser executada este ano de mais 6.400 unidades".


Ainda segundo Luiz Carvalho cerca de 14 mil moradias não possuem energia elétrica em Rondônia.


A Eletrobrás Eletronorte, que opera a Usina Samuel, foi procurada pela reportagem, mas não deu retorno até o fechamento desta edição, assim como a Energia Sustentável do Brasil, concessionária que administra a Usina Hidrelétrica Jirau.

 

A reportagem não conseguiu contato com o consórcio Santo Antônio Energia, concessionária responsável pela implantação e operação da Hidrelétrica Santo Antônio.

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