logo Radioagência Nacional
Geral

Desmatamento contribui para violência na Região Norte

Baixar
Kariane Costa
14/05/2015 - 09:47
Brasília

O número de pessoas que morreram vítimas de arma de fogo no Norte do país aumentou 135% em 10 anos. Em 2002, foram 1.160 óbitos na região. Já em 2012 saltou para 3912.


Os dados são do “Mapa da Violência 2015”, um estudo da Unesco realizado em parceria com o governo brasileiro e a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais.


A maioria dos casos na Região Norte ocorreu nos estados do Pará e do Amazonas no período analisado. Em 2012 foram 741 mortes por arma de fogo no Pará. Dez  anos depois o número aumentou para 2.253 mil. Já no Amazonas, foram 218 óbitos em 2012 e 868 em 2012. Nos dois estados, a maioria das mortes foi registrada nas capitais Belém e Manaus.


No Nordeste, o crescimento de óbitos por arma de fogo também foi alto no período, quase 90%. No Maranhão, por exemplo, saltou em 2002 de 286 para 1.235 em  2012.


Segundo o sociólogo e autor do estudo Júlio Jacobo, os principais motivos para o aumento da violência nesses estados é a falta de investimento em segurança pública, e por serem locais que são rota de contrabando e tráfico de drogas.


No caso da Região Amazônica, as madeireiras ilegais, o trabalho escravo e o extermínio de comunidades indígenas locais também contribuíram para os altos índices.
 

Sonora: Esses são polos que atraem populações, atraem investimento e também a criminalidade. Começam a receber violência porque a estrutura dos estados nesses municípios não acompanhou a evolução de estados como São Paulo e Rio de Janeiro, então a criminalidade, a violência, vai migrando para esses estados, que não tem estrutura de segurança ou segurança eficiente."


Ainda de acordo com o Mapa da Violência, jovens do sexo masculino, negros e pobres são as maiores vítimas das mortes por armas de fogo no Brasil. Nas regiões Norte e Nordeste 13 mil perderam a vida dessa forma em 2012. Dez anos antes foram cerca de 6,2 mil.


Para o sociólogo Júlio Jacobo, é preciso que os governos estaduais invistam em segurança pública, campanhas de desarmamento e políticas públicas para a juventude a fim de diminuir esses dados, principalmente, entre os jovens.

x