No ano passado, 405 usuários de crack foram atendidos pelos serviços de acolhimento da rede estadual do Rio de Janeiro. O raio-x dos usuários de drogas atendidos pela Secretaria de Prevenção à Dependência Química foi divulgado nesta semana e mostra que em 2014 o crack foi a terceira droga mais consumida entre os que procuraram a ajuda do estado.
De acordo com os dados, a cocaína inalada representa 58% dos atendimentos, seguida do Álcool com 37% e do crack com 21%.
O estudo feito pelo Observatório de Informação e Gestão sobre Drogas do Rio de Janeiro mostra que quase a metade dos usuários de crack acolhidos pela rede é da capital, cerca de 80% são homens e quase 47% não concluiu o ensino fundamental. 65% dos atendidos são negros.
Outra informação levantada pela pesquisa é que 73% dos usuários de crack não são moradores de rua, embora passem boa parte do tempo nos locais de uso da droga.
O dado não surpreende o coordenador Programa de Estudos e Assistência ao Uso Indevido de drogas da UFRJ, Marcelo Marcelo Cruz. O professor afirma que existe uma diferença social grande entre os usuários de crak que estão na rua e os que são atendidos pelo estadual e que é preciso ampliar a cobertura.
A rede oferecida pelo Governo do Estado é formada por 4 Centros de Acolhimento Regionalizado Álcool e Drogas (CARE-AD) totalizando 514 vagas. O acolhimento é oferecido para homens e mulheres, a partir de 18 anos, e é feito de forma voluntária.