O número de presos no Brasil cresceu 74% entre 2005 e 2012, passando de 269 mil para mais de meio milhão de pessoas. A maior parte, 54%, é de jovens negros. É o que mostra o estudo do Mapa Encarceramento: Os Jovens do Brasil, divulgado pela Secretaria-Geral da Presidência da República e pela Secretaria Nacional da Juventude.
Os dados mostram que a população carcerária no Brasil é a quarta maior do mundo. Só perde para Estados Unidos, China e Rússia. Um terço dos presos no Brasil está em São Paulo. Minas Gerais é o segundo estado com mais presos, mas lá o crescimento foi maior, sete vezes, ou 624%.
E o número de mulheres atrás das grades também aumentou. Entre 2005 e 2012, passou de 12 mil para 31 mil. Enquanto que o de homens foi de 283 mil para 483 mil.
A pesquisadora responsável pelo estudo, Jaqueline Sinhoreto, ressaltou, ainda, que os negros foram uma vez e meia mais presos que os brancos, o que, segundo ela, ocorre por causa de uma seletividade na abordagem policial.
A solução, para a pesquisadora não está no aumento das penas ou na redução da maioridade penal. Para ela, estados que aumentaram a rigidez nas ações policiais não registraram redução de crimes. A mesma opinião tem o secretário nacional de juventude, Gabriel Medina.
O estudo mostra, ainda, a superlotação nos presídios brasileiros. Alagoas é onde a situação é pior. São 3,7 presos por vaga. Enquanto que, o Espírito Santo apresentou o menor índice: 1,2 preso por vaga.
Outro dado da pesquisa mostra que 38% dos presos ainda não foram julgados. Entre os condenados, quase metade recebeu pena de até oito anos. Desses, 18% não deveriam nem estar presos, porque se encaixam no perfil de cumprimento de pena alternativa, segundo o Código de Processo Penal.