Em depoimento ao juiz federal Sérgio Moro, o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e o ex-gerente da estatal, Pedro Barusco, confirmaram o recebimento de propina na área Internacional da Petrobras. Os dois foram testemunhas de acusação no processo contra o ex-diretor da área Internacional, Jorge Zelada, preso na Operação Lava Jato. Zelada está no Complexo Médico Penal de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.
Paulo Roberto Costa, que cumpre prisão domiciliar no Rio de Janeiro, reafirmou que os envolvidos tinham que pagar propina em troca de apoio político.
Zelada é suspeito de ser beneficiário do esquema de corrupção na Petrobras. De acordo com o Ministério Público Federal, Zelada recebeu valores indevidos em operações na estatal, como o aluguel de navios-sonda, e estima-se que ele tenha movimentado mais de 11 milhões de euros no exterior. O ex-diretor foi denunciado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas, quando a pessoa manda dinheiro para o exterior sem declarar.
Já o ex-gerente Pedro Barusco reafirmou o pagamento de propina a Zelada.
Procurado, o PMDB confirmou que Jorge Zelada foi indicado por integrantes do partido em Minas Gerais, mas destacou que a legenda jamais autorizou ou cobrou vantagens indevidas do ex-diretor.
Já a defesa de Jorge Zelada alegou que as testemunhas não trouxeram provas para o depoimento. O advogado Renato de Moraes disse ainda que Barusco e Paulo Roberto Costa ficam no campo dos boatos e não há como exercer defesa sem comprovações.