Xingamentos. Agressões físicas. Perseguições. Assim é o dia a dia do jovem vítima de bullying. O resultado é muita dor e angústia para os envolvidos. Foi o caso da jovem Ana Clara Oliveira, de 14 anos. Aos 12, começaram as críticas e abordagens mais ofensivas. Primeiro porque os colegas achavam que ela era muito magra. Depois, passaram a considerar que ela estava gorda. No meio disso tudo, uma adolescente confusa, sem saber como agir. Ela conta que chegou a procurar a diretoria da escola, mas nada foi feito.
O caso de Ana Clara é apenas um dentre os milhares que ocorrem diariamente em escolas de todo o país. Mas, essa prática pode estar mais perto do fim. Ou, pelo menos, a conscientização e a fiscalização podem se tornar mais fortes. É que a Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que cria o Programa de Combate à Intimidação Sistemática. Na prática, prevê que escolas, clubes e outros locais em que haja reunião de jovens criem medidas de conscientização, prevenção e combate à violência e ao bullying.
A proposta não prevê punição ao agressor, fala apenas em ações para a mudança de comportamento e para a atuação de professores e outros profissionais. Mesmo assim, é vista com bons olhos por psicólogos e pedagogos. A psicóloga Adriana Amaral, por exemplo, explica que o bullying pode trazer traumas a longo prazo.
O texto do projeto define bem o que é bullying: é todo ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitiva, sem motivação, praticado contra uma ou mais pessoas com o objetivo de intimidar ou agredir, causando dor e angústia. A proposta segue, agora para sanção presidencial. E aí sim, vira lei.