O Jikunahati, ou futebol de cabeça, é um jogo com uma bola feita com leite de mangaba. Só é permitido bater na bola com a cabeça. Se ela ficar na altura do chão, o jogador mergulha e cabeceia praticamente com a cara no piso de terra batida. Esse curioso esporte foi criado pela etnia do Mato Grosso Paresi Haliti.
O jovem Vanderson Omaizokaece, dessa etnia, foi um dos que apresentou o futebol de cabeça nos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas nessa segunda-feira (26), em Palmas. Quando um ponto é marcado a equipe que sofreu o gol tem que pagar com alguma vestimenta indígena.
Quando o participante não consegue rebater a bola, o ponto é contado para a equipe adversária. Vanderson contou que uma partida pode durar todo um dia até a equipe não ter mais objetos para dar.
Entre as modalidades competitivas, há ainda o arco e flecha. O indígena Pyrkre Jimokre Hirare, da etnia Gavião, do Pará, tem 72 anos e pratica o esporte desde os 15 anos e o que mais gosta é ensinar a técnica para os mais jovens. Nos jogos ele chegou muito perto da pontuação máxima.
Na corrida de 100 metros, várias baterias foram disputadas. Um dos vencedores foi Iwtira Assuniri, do Pará. Ele tem 20 anos e chega a competir três vezes por ano.
Os Jogos Mundiais dos Povos Indígenas reúne cerca de dois mil atletas de 24 etnias brasileiras e povos de outros 22 países.