Nos próximos dois anos, o Brasil deverá aumentar em 22% o volume de embalagens recicladas. A meta foi estabelecida entre o Ministério do Meio Ambiente, 20 associações empresariais e o Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis.
O acordo entre governo, empresários e trabalhadores foi assinado nesta quarta-feira (25), cinco anos após a criação da lei que define a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Para ministra do Meio Ambiente, Isabela Teixeira, o acordo vai viabilizar a formalização da atividade dos catadores.
Menos de uma cidade a cada cinco municípios no Brasil têm experiências com reciclagem de resíduos sólidos. De acordo com o Movimento Nacional de Catadores, apenas 25 municípios e uma capital (Natal, no Rio Grande do Norte) estão implementando a reciclagem como prevê a lei. Na maior cidade do país, São Paulo, menos de 10% dos resíduos são reciclados corretamente.
Para Severino Lima Júnior, da Articulação Nacional do Movimento dos Catadores, o acordo assinado vai estimular as prefeituras a dar o tratamento adequado aos resíduos e contratar as cooperativas especializadas.
A expectativa é de que o acordo para a reciclagem de embalagens, além das consequências para meio ambiente, vai gerar riqueza. Segundo dado do Ipea, a reciclagem no Brasil tem potencial de movimentar R$ 8 bilhões por ano, mas menos de 40% desses recursos atualmente são gerados.
Para Vitor Bicca, do Compromisso Empresarial para Reciclagem, o acordo também terá efeito sobre o cotidiano dos brasileiros, que deverão fazer o descarte correto. O Brasil já é o maior reciclador de latas de alumínio no mundo. Outros setores como os fabricantes de pneus, lâmpadas, agrotóxicos, óleos minerais também assinaram acordo.
O governo federal e setores empresariais preparam-se para estabelecer a correta destinação de produtos eletroeletrônicos e de medicamentos descartados.





