Nos últimos 10 anos, o que mudou nas famílias brasileiras? Pesquisa divulgada nesta sexta-feira (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) analisa a diferença dos lares de 2004 até 2014.
A Síntese de Indicadores Sociais mostra que cresceu o número de pessoas morando sozinhas e também dos casais sem filhos.
De acordo com o levantamento, 70 milhões de casas em todo o país são ocupadas por apenas uma pessoa, o que significa um aumento de quase 14 milhões em relação a dez anos antes. Em termos percentuais, as residências com um ocupante são mais de 14%.
A estudante de doutorado da Uerj Camila Mozzini faz parte desta estatística. Antes, morava com os pais em Porto Alegre. Hoje mora sozinha no Rio de Janeiro e diz que há vantagens de ser a única responsável pelo lar, como ter mais privacidade.
Outra tendência confirmada pelo levantamento do IBGE, redução da presença de crianças e adolescentes. O último ano em que mais da metade dos lares brasileiros tinha pelo menos uma criança ou adolescente foi 2004. Desde então, o patamar foi caindo, ano após ano, até chegar a 40% em 2014.
Um dos motivos é que nos últimos 10 anos, o número de casais sem filhos subiu de 15% para 20% dos arranjos familiares.
A engenheira Lena Vale está casada há 2 anos e quer esperar um pouco mais para tentar engravidar por causa de outros projetos pessoais, como o doutorado.
Apesar do crescimento de casais sem filhos e pessoas que moram sozinhas, a maior parte dos arranjos familiares no brasil é de casais com filhos. A composição representa quase 43% dos lares.
O levantamento do IBGE fez feita com base na última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad).