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Bombeiro de Nova Friburgo lembra tragédia de 2011 no Rio

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Nanna Pôssa
12/01/2016 - 11:28
Rio de Janeiro

12 de janeiro de 2011. A chuva na região serrana do Rio de Janeiro havia começado no dia anterior. Mas foi na madrugada do dia 12 que a situação foi agravada. A catástrofe que completa 5 anos deixou mais de 900 mortos e 100 desaparecidos.

 

Somente em Nova Friburgo, a concentração pluviométrica daquela quarta-feira chegou a mais de 182 milímetros no período de 24 horas. 

 

O comandante do quartel dos bombeiros de Nova Friburgo na época da tragédia, coronel João Paulo Mori, que hoje é Secretário de defesa Civil do município serrano, lembra que estava em casa quando a chuva se intensificou na madrugada do dia 12. 

 

Sonora: “Quando foi meia noite, liguei para o quartel.  Quatro horas da manhã, quando começaram os maiores deslizamentos, liguei de novo e percebi que meu celular estava fora de área. Peguei meu carro, às quatro da manhã, e fui para o quartel. Foi aí que eu comecei a receber os avisos. A gente, no quartel de bombeiros, não tinha muita noção do que estava acontecendo. A gente sabia que estava chovendo forte, mas, como não tinha meio de comunicação, os avisos que chegavam era por meio de pessoas que vinham andando até o quartel”,

 

O então secretário de Defesa Civil friburguense, coronel Roberto Robadey, diz que o tamanho da tragédia surpreendeu a todos. 

 

Sonora: “Nove da noite às sete da manhã choveu o que deveria chover o mês de janeiro todo, em dez horas. Nós fomos surpreendidos por eventos que não eram em áreas de risco, como o centro da cidade e bairros nobres, onde morreram muitas pessoas que não sabiam que estavam em áreas de risco. As pessoas que estavam em área de risco foram avisadas”,

 

Em Nova Friburgo, oficialmente morreram mais de 400 pessoas. Número muito acima da capacidade do Instituto Médico Legal. O coronel Roberto Robadey, que atualmente é chefe de estado maior do Corpo de Bombeiros fluminense, diz que foi preciso usar um ginásio para receber os corpos das vítimas. Cinco anos depois da tragédia, ele pede que o desastre não seja esquecido. 

 

Sonora: "A grande missão que a gente precisa aprender é que a gente não pode esquecer, porque, em Nova Friburgo, a gente encontrou fotos dos anos 30 de deslizamentos que estavam encobertos pela vegetação nos mesmos lugares onde deslizou novamente. As pessoas construíram prédios, bairros inteiros, em áreas de risco, mas que estavam encobertas."

 

Atualmente cerca de 24 mil pessoas ainda vivem em área de alto risco em Nova Friburgo. Mas para evitar novos desastres, a cidade conta com sistema de monitoramento das chuvas e alerta aos moradores, através de sirenes e de mensagem por celular.

 

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