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Novas diretrizes orientam estimulação precoce de bebês com microcefalia

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Liliane Farias
13/01/2016 - 21:13
Brasília

O Ministério da Saúde anunciou diretrizes para estimulação precoce de bebês com microcefalia para promover o desenvolvimento das crianças. A diretriz orienta as equipes da atenção básica e especializada para reabilitação de crianças de 0 a 3 anos com a doença. A diretriz aborda aspectos relacionados ao desenvolvimento auditivo, visual, motor, cognitiva e da linguagem.

 

Um curso a distância será oferecido pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte e pretende capacitar mais de sete mil profissionais de saúde. O curso será ofertado a fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, psicólogos, médicos e outros profissionais de saúde. As matrículas estão previstas para março.

 

O último levantamento semanal do Ministério da Saúde, divulgado nessa terça-feira (12), mostra que estão sendo investigados 3.530 casos de microcefalia em todo o Brasil registrados no último trimestre. No Distrito Federal, são cinco casos suspeitos. Entre 2010 e 2014, o Brasil registrou 781 notificações de microcefalia. Nesse período, o Distrito Federal somou onze casos.

 

E foi o estímulo que melhorou a qualidade de vidas das filhas da servidora pública Viviane Lima, moradora de Manaus. Ela tem três filhas. As duas primeiras nasceram com microcefalia.

 

A mãe relembra que o diagnóstico inicial da primeira filha era pessimista. Ana Vitória teria muitas sequelas cerebrais, não iria andar e falar. Mas Ana Vitória surpreendeu.

 

Sonora: “Ana Vitória surpreendeu a partir do momento em que eu entendi que a estimulação era algo que mudaria o quadro. E quando ela fez um ano, para a surpresa dos médicos, o cérebro tinha desenvolvido uma parte daquele que na primeira tomografia não existia. Então, a estimulação veio fazer o diagnóstico da Ana Vitória a ter uma melhora e considerável. Tanto é que hoje ela fala, a coordenação dela é muito boa e anda, tudo normal”.

 

Dois anos depois, outra surpresa. Aos seis meses da segunda gestação, Viviane descobriu que Maria Luíza também nasceria com microcefalia.

 

Sonora: “Quando Maria Luíza nasceu não deram 24 horas de vida dela. Ela seria uma criança que não sobreviveria por conta o perímetro cefálico ser muito pequeno e o comprometimento muito maior. Para surpresa de todos, a Maria Luíza está ai hoje com 14 anos muito bem”.

 

Hoje as meninas são adolescentes. Ana Vitória tem 16 anos e Maria Luíza tem 14 anos. Andam, falam, conversam e estudam na Escola Municipal de Manaus. O desenvolvimento para minimizar as sequelas da doença só foi possível por causa dos estímulos.

 

Sonora: “Microcefalia não é uma sentença de morte. Existem sim casos muito graves, casos muito mais comprometidos. Mas tem solução. Que o estímulo, o amor que a gente pode dar, a família pode transformar o caso de uma forma grandiosa”.

 

Microcefalia é uma doença que prejudica o desenvolvimento cerebral. O bebê nasce o diâmetro cefálico menor que 32 centímetros. Atualmente, o Ministério da Saúde investiga a relação do zika vírus com a microcefalia. Zika vírus é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, mesmo transmissor da dengue e da febre chikungunya.

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