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Falta de abastecimento de água dificulta combate ao Aedes em Pernambuco

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Sumaia Villela, da Agência Brasil
13/02/2016 - 19:20
Recife

Campeão de notificações dos casos de microcefalia (com mais de 1,5 mil registros), Pernambuco foi o estado que recebeu o maior número de militares na região Nordeste. Ao todo, foram mais de 7.700 pessoas, quase 5.500 homens e mulheres atuando somente no Recife.

 

Eles se unem a agentes de vigilância ambiental para conscientizar a população sobre o combate a focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, do vírus Zika e da febre chikungunya.

 

Uma das localidades visitadas neste sábado (13) foi a comunidade do Coque, no bairro Joana Bezerra, uma região periférica da capital pernambucana. Como em outros locais do Recife, os moradores ficam sem água durante dias, o que os obriga a acumular água.

 

A mãe da pescadora Maria de Lurdes da Silva, de 48 anos, teve dengue há cerca de um mês.

 

Lurdes afirmou que toma todos os cuidados para não criar focos do mosquito, mas, por causa da falta de abastecimento, a atenção deve ser ainda maior:

 

Sonora: “Dentro da minha casa está tudo bem, mas nunca imaginava que na frente da minha casa tinha um foco. Um buraco que a gente cavou para pegar água - que aqui a água é bem difícil mesmo. Todo dia eu limpo o buraco, mas quando foi hoje tinha um foco dentro. Mas agora minha vigilância vai ser redobrada, não vai ser só dentro de casa não, vai ser na rua também.”


A coordenadora de Vigilância Ambiental de Recife, Vânia Nunes, ressalta que é preciso melhorar a infraestrutura em comunidades como a do Coque, com coleta de lixo e abastecimento de água, mas faz um apelo para que as pessoas adotem cuidados mesmo diante das dificuldades.


Sonora: “A gente chega em várias casas e o depósito para armazenar água é uma garrafa PET. Então a garrafa tem que ter tampa. Se eu preciso acumular água em um balde, eu tenho que improvisar uma tampa. Então pega um plástico, um tecido, uma lona e passa um cordão, qualquer coisa. Mas tem que acumular água com segurança.”


A ministra de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, participou das atividades em Pernambuco e esteve na comunidade do Coque. Ela defendeu que os municípios se empenhem em melhorar serviços públicos para combater o mosquito, mas lembrou que a maior parte dos focos é encontrada dentro de casa.


Sonora: “É muito importante que a gente melhore a situação do saneamento no Brasil, de coleta de lixo, não ter lixo na rua. Às vezes, um saco plástico que está acumulando água é um criadouro do mosquito. Então as prefeituras, principalmente nesse momento, têm que estar se dedicando a uma coleta muito mais cuidadosa, mas sempre lembrando que dois terços dos criadouros estão nas residências.”


A atividade deste sábado teve foco no repasse de informações à população. Entre os dias 15 de 18 de fevereiro, os militares continuam o trabalho nas ruas, desta vez com ações práticas de combate ao Aedes Aegypti, como aplicação de larvicida.

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