Um equipamento médico chamado PET/CT, um aparelho que faz tomografia por imagem, comprado em 2013 pelo Governo do Distrito Federal (GDF), por US$ 1,7 milhão, permanece encaixotado nos corredores do Hospital de Base de Brasília (HBB).
Por isso, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios entrou com uma ação de improbidade administrativa contra ex-gestores da saúde do DF.
De acordo com a denúncia, obtida com exclusividade pela reportagem da Rádio Nacional, a compra foi feita sem estudos técnicos sobre as necessidades específicas da rede pública de saúde, sem planejamento básico para a instalação e com irregularidades na licitação, para beneficiar um fornecedor.
Segundo a promotora da Saúde do Ministério Público do DF, Mariza Isar, os pacientes que precisam fazer o exame têm que entrar na Justiça para conseguir obter o diagnóstico em uma clínica particular.
Cada exame custa R$ 3,5 mil que saem dos cofres da Secretaria de Saúde.
A promotora informou ainda que, no ato da compra, o GDF pagou pela garantia estendida de 24 meses, prazo que já venceu, sem que o aparelho tenha sido instalado.
O PET/CT é um exame importante para a detecção de câncer, capaz de medir o tamanho do tumor pela intensidade luminosa que aparece nas imagens.
Em nota, a Secretaria de Saúde afirma que apura se houve irregularidade na época da compra do equipamento.
O órgão acrescenta que não admite desperdício de dinheiro público e apoia a punição dos responsáveis.
A Secretaria disse, ainda, que o equipamento foi comprado sem o planejamento necessário, já que a instalação da máquina depende de construção de espaço adequado, e afirma que um novo projeto foi feito e encaminhado para a Novacap.
A reportagem tentou contato com a empresa GE Health Care do Brasil, mas não obteve retorno.